segunda-feira, 4 de junho de 2012

Fazenda da Taquara









"Ratos e Urubus larguem minha alva alegria. Perguntem, perguntem, ao Criador quem pintou esta oeste  aquarela livre dos açoites da senzala. Mas preso na Vaidade das palacianas querelas”.
  Há uma joia que brilha no grande eldorado do velho oeste Carioca, e este lume que fulgura no imaginário do bairro da Taquara, é a única perola que reluz nosso cabedal histórico a grande simbiose CASA GRANDE & SENZALA. Entre o mar e as montanhas a velha baixada de Jacarepaguá, os "Sertões Carioca" segundo Arnando Magalhães Correia (1889-1944).Das antigas Sesmarias doadas por Salvador Correia de Sá, o “Velho” aos seus 2 filhos Martin e Gonçalo no final do século XVI, uma grande gleba foi vendida no inicio do século XVII aos ancestrais do Clã Teles Rudge.     
  E sobre o cume de uma Colina, num vasto campo verdejante com uma aleia de guardiãs palmeiras imperiais, esta lá uma autentica joia da arquitetura colonial rural. A Fazenda da Taquara que ao longo dos séculos muitos admiradores contemplaram o terno cuidado e o labor de homens e mulheres desta Plêiade familiar. Uma dinastia de FRANCISCOS: Lobo Telles, Barreto Telles de Meneses, Fonseca Teles e Teles Rudge. Segundo nos informa em seu livro Raul Teles Rudge ”Sesmaria de Jacarepaguá”. Em sua ultima entrevista ao jornal do Brasil em 1958, Leopoldina Francisca de Andrade, a Baronesa da Taquara, falava com nostalgia do tempo que com seu esposo recebia a todos com porteiras abertas, dentre alguns notáveis, a ilustre família Imperial.        
  No terreiro frente ao casario todo lajotado, não secava mais o ouro verde dos Barões eram outros tempos, a grande riqueza da nobre família era o privilégio de cuidar da memória dos ancestrais do amado esposo o Barão da Taquara (1839-1918). Vários Engenhos foram erguidos no velho Oeste Carioca ao longo do tempo com suas casas senhoriais, muitas delas não existem mais. É muito lamentável o que percebemos , desrespeito  pelo nosso patrimônio cultural. Lembrem-se da fazenda e capela do VIEGAS, do capitão D. Francisco Viegas de Azevedo de 1715 em Senador Camará, Engenho Novo de 1662 junto do aqueduto do século XVIII na Colónia Juliano Moreira, hoje está em ruínas, só ruinas.
  Hoje para perpetuar este privilégio diante dos nossos olhos ao contemplar esta raridade que desde 1938 é tombado pelo IPHAN é saber que a família é a base de tudo, é ela a chama viva da história do nosso Oeste Carioca.
                                                                                       Marcos André D.C.N.de Azevedo  
                                    (Historiógrafo do Noph - Jpa )





3 comentários: