Belarmino Ricardo de Siqueira.
" Sua Majestade o Imperador houve por bem nomear por Carta Patente 22 do mês próximo pretérito, Comandante Superior da Guarda Nacional dos Municípios de Niterói e Magé ao Coronel Belarmino de Siqueira que nesta data prestou juramento e tomou posse -- o que de ordem do Exmo. Presidente da Província comunico à Câmara Municipal da Cidade de Niterói. Secretaria do Governo da Província do Rio de Janeiro, 26 de Julho de 1842.-- João Cândido de Jesus e Silva"
Em 1849 o Imperador D. Pedro II concedeu-lhe o título de Barão conforme a cópia do Decreto, que transcreveremos:
" Querendo distinguir e honrar Belarmino Siqueira: Hei por bem fazer-lhe mercê, em sua vida, do título de Barão de São Gonçalo. Palácio do Rio de Janeiro, em 18 de Abril de 1849, 28° da Independência e do Império". -- P. Visconde de Montalegre.
A sua longa vida foi profícua, atuando em diversos setores com grande eficiência. Era membro da Guarda Nacional, atingindo o alto posto de Comandante Superior das 1° e 15° Legiões dos Guardas Nacionais, respectivamente dos Municípios de Niterói e Magé, onde se houve, sempre, com grande patriotismo.
Foi amigo pessoal do Imperador D. Pedro II e hospedou o monarca várias vezes em suas fazendas ( Engenho Novo do Retiro e Colubandê). Recebeu o título de Barão e depois, o de Barão com Grandeza, sendo ainda agraciado com a condecoração da Imperial Ordem da Rosa.
Um homem que marcou com sua forte personalidade, um longo período da história fluminense. Era filho do Coronel José Siqueira Quintanilha e de D. Maria Antônia do Amaral; nasceu e foi batizado na Freguesia de N. Senhora de Nazaré, hoje Saquarema em 1791. Não se casou e deixou seus bens para as irmãs e sobrinhos.
No dia 9 de setembro de 1873, falecia em Niterói em sua residência á rua do Imperador ( Centro de Niterói).
Ocupou por muitos anos, o cargo de Provedor do Asilo de Santa Leopoldina, onde deu sobejas provas do seu espírito caritativo. Foi senhor de fazendas em São Gonçalo, possuindo as do Engenho Novo do Retiro e Cabuçu Pequeno e , em Araruama, a fazenda do Morro Grande, com plantação de cana-de-açúcar e criação de gado, tendo, para isso, grande escravaria.
Projetou-se como homem público, chegando a ocupar uma cadeira na Assembléia Provincial. Foi homem de negócios, empreendedor, tendo presidido a Companhia da Estrada de Magé e Sapucaia e, também foi Presidente da Companhia da Estrada de Mangaratiba, onde perdeu grande capital. Ocupou, o Barão, por algum tempo, o Presidência do Banco Rural Hipotecário.
O seu testamento e inventário, por nós consultados, deram-nos a idéia do montante de sua fortuna, e o que é mais importante ainda, o tamanho de sua bondade e amor ao próximo, pelas generosas doações ao asilo Santa Leopoldina e a Santa Casa.
Barão de São Gonçalo -Com Grandeza
Decretos:Em 18-04-1849 - Em 02-12-1854
Escudo:Esquartelado-No 1° ,em campo de ouro,sete barras de azul,lançada em viez ;No2° ,também em campo de ouro, cinco estrela de góles, em aspas e assim os contrarios; bordadura de góles, e no centro,um escudete azul com uma colmeia e seis abelhas de prata.
(Em 31-12-1855.Cartório de Nobreza, Livro VL, fls.28).
Antiga casa do Barão de São Gonçalo ( Fazenda Colubandê)
Fazenda do Engenho Novo do Retiro (SG)
A Fazenda Engenho Novo era uma das pousadas preferidas da família Imperial, no Segundo Reinado. Ficou famoso o baile que foi dado ali em 07/04/1870, com a presença de toda a família Imperial. Na cave da casa grande foi escondido Gonçalves Ledo, quando teve sua prisão decretada por José Bonifácio no 1° Reinado. A fazenda foi desapropriada pelo governo estadual no ano de 1993 e tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural ( Inepac) em 1998. O tombamento inclui o sitio histórico e o conjunto arquitetônico e paisagistíco da sede antiga, com características arquitetônicas das casas rurais do séc. XVII e XVIII sendo esta fazenda uma das mais antigas de São Gonçalo. Lamentavelmente entregue à própria sorte, a fazenda foi invadida e saquiada nos ultimos anos, os velhos rapinadores de bens movéis, reliquias históricas perdidas pela inércia do poder público. É notório lembrarmos, quem conheceu a fazenda antes do tombamento que existia sobre o pórtico da entrada principal, o brasão dos ancestrais de Belarmino Ricardo de Siqueira ( Barão de São Gonçalo). Em breve só teremos as ruínas desta velha e importantíssima sede de Fazenda, a memória viva da história de São Gonçalo.
Fonte: Páginas de História Fluminense. -- (Pgs: 53,54,201,202)
Autora: Thalita de O. Casadei.
Alguma idéia da localização do testamento e inventário do Barão?
ResponderExcluirAbraço.
Como ter acesso aos maiores dados sobre os descendentes do barão? Ele declarou a não existência de descendentes diretos sob pressão? Muito estranho ele se declarar solteiro e sem filhos. Se houve um relacionamento e filhos com uma indigena, por exemplo, não seria aceito pela Igreja, certo?
ResponderExcluirComo ter acesso aos maiores dados sobre os descendentes do barão? Ele declarou a não existência de descendentes diretos sob pressão? Muito estranho ele se declarar solteiro e sem filhos. Se houve um relacionamento e filhos com uma indigena, por exemplo, não seria aceito pela Igreja, certo?
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