Noronha Santos ( Diretor do Departamento de pesquisas Historicas do Centro Carioca)
A Fazenda remonta um dois mais antigos engenhos de Jacarepaguá, o Engenho da Taquara, a Sesmaria pertencia a Salvador Correia de Sá (o velho). Os seus limites iam da atual rua Edgard Werneck passando pelo largo do Tanque e projetando-se até a vertente Oriental do Maciço da Pedra Branca. No século XVII por compra, o domínio da gleba torna-se a fazenda da Taquara. Passou então esta propriedade aos descendentes primôgenitos até chegar a Francisco Telles de Barreto de Menezes, bisavô do Barão da Taquara. Os pais do Barão da Taquara, Dona Ana Maria Telles de Menezes e Francisco Pinto da Fonseca, tiveram dois filhos, Maria Rosa da Fonseca Telles e Francisco Pinto da Fonseca Telles, o Barão da Taquara. A casa grande da fazenda foi reconstruida em 1738 e existe até hoje, ao seu lado existe a Capela da Exaltação da Santa Cruz, sendo uma das mais antigas de Jacarepaguá. Havia uma ligação entre a família Telles de Menezes e Orleans de Bragança, o Barão da Taquara era afilhado de D. Pedro II, tendo servido também na 7 Cia do Corpo de Cavalaria da Guarda Nacional, por carta de 01.04.1867 o imperador, atendendo a relevantes serviços prestados na guerra do Paraguai, nomeou-o Comendador da Ordem da Rosa, em 21.10.1882 o Imperador lhe fez mercê do titulo de Barão da Taquara, o Barão foi um dos fundadores do Jockey Club Brasileiro e em cuja primeira corrida foi vencedor um cavalo de sua propriedade de nome Macaco, importou da Inglaterra dos dois primeiros potros de Raça-Capricho e Monarca. No Jornal do Comercio de 15.11.1843 ( 1 pg. Parte Oficial), está registrado, nos meses de Novembro e Dezembro de 1843, enfermado a princesa dona Janúaria, decidiu-se o Imperador D. Pedro II a hospedar-se por dois meses no engenho da Taquara, a fim de que S.A Imperial possa restabelecer-se da enfermidade, passando a dar ali DESPACHO aos negócios dos secretários de estado, em agradecimento á hospitalidade com a que fora recebido, o Imperador, por carta de 30.03.1844, nomeou Francisco Pinto da Fonseca, pai do barão, moço da Camâra Honórario do Imperial Guarda Roupa, e mais tarde, em 18.01.1853, Juiz de Paz da Freguesia de Jacarepaguá e vereador da Camâra Municipal da Corte, o comendador faleceu em 23.02.1865, sucedendo na propriedade seu filho Francisco Pinto da Fonseca Telles aos 26 anos de idade, o Barão da Taquara.
O engenho da Taquara é tombado pelo IPHAN desde 30 julho de 1938 pelo então presidente Getúlio Vargas ( A placa comemorativa está resguardada como relíquia pela família a pedido da Matriarca ainda viva na época Dona Leopoldina Francisca de Andrade da Fonseca Telles, Baronesa da Taquara). A pedido do neto dos Barões da Taquara, Francisco Jose Telles Rudge, foi criada a APA ( Área de Proteção Ambiental), decreto 21.209 de 01.04.2002, com cerca de quase 100.000m² com objetivo de proteger todo entorno da casa grande e anexos do séc. XVII a XIX e em memória aos seus antepassados este mantenedor presenteou todos os moradores de Jacarepaguá com a APA da Fazenda da Taquara.
A Fazenda da Taquara foi o berço do desenvolvimento de Jacarepaguá, devemos lutar pela sua preservação especialmente pelo seu entorno onde habita uma grande fauna e frondosa árvores circulares em memória da nossa YACARE UPA GUA lagoa rasa dos jacarés, Jacarepaguá. Dos antigos engenhos da Cidade do Rio de Janeiro, Camorim ( Gonçalo de Sá), De fora ( Mato Alto), Da Serra ( Pau-Ferro), Engenho Novo ( N.Sra dos Remédios - Colônia), D'Água ( Visconde de Asseca)-Cidade de Deus,o engenho da Taquara foi o mais importante. Devemos a preservação deste Santuário a Francisco Jose Telles Rudge, neto do Barão da Taquara, pioneiro na luta em defesa do meio ambiente e que a mais de 50 anos vem lutando pela preservação, com recursos próprios, sem ajuda oficial.
Infelizmente os livros de história tem omitido a participação da família Telles de Menezes que se entrelaça com a família Imperial nesta importante fase de nossa História e no progresso da cidade do Rio de Janeiro.
A.A.F.T
Associação Amigos da Fazenda da Taquara
Tel: 2446-8621/ 97937439
As informações históricas citadas são de responsabilidade do Presidente (Jocelino) do A.A.F.T !
e D.C.N.de Azevedo(Historiógrafo)
Arquivo Noph.
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
Ossos do Ofício ( IAB)
Casa da Fazenda do Capão do Bispo
Avenida suburbana n°: 4616 - Del Castilho -
Hoje Avenida Dom Helder Camara n°: 4616
Rio de Janeiro - Estrada do Rio de Janeiro -
Antiga Estrada de Santa Cruz.
Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artistico Nacional
Processo: 367-T-47
Livro: Belas Artes Volume 1
Inscrição n°: 311
Data: 30 de Agosto de 1947
terça-feira, 1 de novembro de 2011
O Barão de São Gonçalo !
Belarmino Ricardo de Siqueira.
" Sua Majestade o Imperador houve por bem nomear por Carta Patente 22 do mês próximo pretérito, Comandante Superior da Guarda Nacional dos Municípios de Niterói e Magé ao Coronel Belarmino de Siqueira que nesta data prestou juramento e tomou posse -- o que de ordem do Exmo. Presidente da Província comunico à Câmara Municipal da Cidade de Niterói. Secretaria do Governo da Província do Rio de Janeiro, 26 de Julho de 1842.-- João Cândido de Jesus e Silva"
Em 1849 o Imperador D. Pedro II concedeu-lhe o título de Barão conforme a cópia do Decreto, que transcreveremos:
" Querendo distinguir e honrar Belarmino Siqueira: Hei por bem fazer-lhe mercê, em sua vida, do título de Barão de São Gonçalo. Palácio do Rio de Janeiro, em 18 de Abril de 1849, 28° da Independência e do Império". -- P. Visconde de Montalegre.
A sua longa vida foi profícua, atuando em diversos setores com grande eficiência. Era membro da Guarda Nacional, atingindo o alto posto de Comandante Superior das 1° e 15° Legiões dos Guardas Nacionais, respectivamente dos Municípios de Niterói e Magé, onde se houve, sempre, com grande patriotismo.
Foi amigo pessoal do Imperador D. Pedro II e hospedou o monarca várias vezes em suas fazendas ( Engenho Novo do Retiro e Colubandê). Recebeu o título de Barão e depois, o de Barão com Grandeza, sendo ainda agraciado com a condecoração da Imperial Ordem da Rosa.
Um homem que marcou com sua forte personalidade, um longo período da história fluminense. Era filho do Coronel José Siqueira Quintanilha e de D. Maria Antônia do Amaral; nasceu e foi batizado na Freguesia de N. Senhora de Nazaré, hoje Saquarema em 1791. Não se casou e deixou seus bens para as irmãs e sobrinhos.
No dia 9 de setembro de 1873, falecia em Niterói em sua residência á rua do Imperador ( Centro de Niterói).
Ocupou por muitos anos, o cargo de Provedor do Asilo de Santa Leopoldina, onde deu sobejas provas do seu espírito caritativo. Foi senhor de fazendas em São Gonçalo, possuindo as do Engenho Novo do Retiro e Cabuçu Pequeno e , em Araruama, a fazenda do Morro Grande, com plantação de cana-de-açúcar e criação de gado, tendo, para isso, grande escravaria.
Projetou-se como homem público, chegando a ocupar uma cadeira na Assembléia Provincial. Foi homem de negócios, empreendedor, tendo presidido a Companhia da Estrada de Magé e Sapucaia e, também foi Presidente da Companhia da Estrada de Mangaratiba, onde perdeu grande capital. Ocupou, o Barão, por algum tempo, o Presidência do Banco Rural Hipotecário.
O seu testamento e inventário, por nós consultados, deram-nos a idéia do montante de sua fortuna, e o que é mais importante ainda, o tamanho de sua bondade e amor ao próximo, pelas generosas doações ao asilo Santa Leopoldina e a Santa Casa.
Barão de São Gonçalo -Com Grandeza
Decretos:Em 18-04-1849 - Em 02-12-1854
Escudo:Esquartelado-No 1° ,em campo de ouro,sete barras de azul,lançada em viez ;No2° ,também em campo de ouro, cinco estrela de góles, em aspas e assim os contrarios; bordadura de góles, e no centro,um escudete azul com uma colmeia e seis abelhas de prata.
(Em 31-12-1855.Cartório de Nobreza, Livro VL, fls.28).

Antiga casa do Barão de São Gonçalo ( Fazenda Colubandê)

Fazenda do Engenho Novo do Retiro (SG)
A Fazenda Engenho Novo era uma das pousadas preferidas da família Imperial, no Segundo Reinado. Ficou famoso o baile que foi dado ali em 07/04/1870, com a presença de toda a família Imperial. Na cave da casa grande foi escondido Gonçalves Ledo, quando teve sua prisão decretada por José Bonifácio no 1° Reinado. A fazenda foi desapropriada pelo governo estadual no ano de 1993 e tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural ( Inepac) em 1998. O tombamento inclui o sitio histórico e o conjunto arquitetônico e paisagistíco da sede antiga, com características arquitetônicas das casas rurais do séc. XVII e XVIII sendo esta fazenda uma das mais antigas de São Gonçalo. Lamentavelmente entregue à própria sorte, a fazenda foi invadida e saquiada nos ultimos anos, os velhos rapinadores de bens movéis, reliquias históricas perdidas pela inércia do poder público. É notório lembrarmos, quem conheceu a fazenda antes do tombamento que existia sobre o pórtico da entrada principal, o brasão dos ancestrais de Belarmino Ricardo de Siqueira ( Barão de São Gonçalo). Em breve só teremos as ruínas desta velha e importantíssima sede de Fazenda, a memória viva da história de São Gonçalo.
Fonte: Páginas de História Fluminense. -- (Pgs: 53,54,201,202)
Autora: Thalita de O. Casadei.
" Sua Majestade o Imperador houve por bem nomear por Carta Patente 22 do mês próximo pretérito, Comandante Superior da Guarda Nacional dos Municípios de Niterói e Magé ao Coronel Belarmino de Siqueira que nesta data prestou juramento e tomou posse -- o que de ordem do Exmo. Presidente da Província comunico à Câmara Municipal da Cidade de Niterói. Secretaria do Governo da Província do Rio de Janeiro, 26 de Julho de 1842.-- João Cândido de Jesus e Silva"
Em 1849 o Imperador D. Pedro II concedeu-lhe o título de Barão conforme a cópia do Decreto, que transcreveremos:
" Querendo distinguir e honrar Belarmino Siqueira: Hei por bem fazer-lhe mercê, em sua vida, do título de Barão de São Gonçalo. Palácio do Rio de Janeiro, em 18 de Abril de 1849, 28° da Independência e do Império". -- P. Visconde de Montalegre.
A sua longa vida foi profícua, atuando em diversos setores com grande eficiência. Era membro da Guarda Nacional, atingindo o alto posto de Comandante Superior das 1° e 15° Legiões dos Guardas Nacionais, respectivamente dos Municípios de Niterói e Magé, onde se houve, sempre, com grande patriotismo.
Foi amigo pessoal do Imperador D. Pedro II e hospedou o monarca várias vezes em suas fazendas ( Engenho Novo do Retiro e Colubandê). Recebeu o título de Barão e depois, o de Barão com Grandeza, sendo ainda agraciado com a condecoração da Imperial Ordem da Rosa.
Um homem que marcou com sua forte personalidade, um longo período da história fluminense. Era filho do Coronel José Siqueira Quintanilha e de D. Maria Antônia do Amaral; nasceu e foi batizado na Freguesia de N. Senhora de Nazaré, hoje Saquarema em 1791. Não se casou e deixou seus bens para as irmãs e sobrinhos.
No dia 9 de setembro de 1873, falecia em Niterói em sua residência á rua do Imperador ( Centro de Niterói).
Ocupou por muitos anos, o cargo de Provedor do Asilo de Santa Leopoldina, onde deu sobejas provas do seu espírito caritativo. Foi senhor de fazendas em São Gonçalo, possuindo as do Engenho Novo do Retiro e Cabuçu Pequeno e , em Araruama, a fazenda do Morro Grande, com plantação de cana-de-açúcar e criação de gado, tendo, para isso, grande escravaria.
Projetou-se como homem público, chegando a ocupar uma cadeira na Assembléia Provincial. Foi homem de negócios, empreendedor, tendo presidido a Companhia da Estrada de Magé e Sapucaia e, também foi Presidente da Companhia da Estrada de Mangaratiba, onde perdeu grande capital. Ocupou, o Barão, por algum tempo, o Presidência do Banco Rural Hipotecário.
O seu testamento e inventário, por nós consultados, deram-nos a idéia do montante de sua fortuna, e o que é mais importante ainda, o tamanho de sua bondade e amor ao próximo, pelas generosas doações ao asilo Santa Leopoldina e a Santa Casa.
Barão de São Gonçalo -Com Grandeza
Decretos:Em 18-04-1849 - Em 02-12-1854
Escudo:Esquartelado-No 1° ,em campo de ouro,sete barras de azul,lançada em viez ;No2° ,também em campo de ouro, cinco estrela de góles, em aspas e assim os contrarios; bordadura de góles, e no centro,um escudete azul com uma colmeia e seis abelhas de prata.
(Em 31-12-1855.Cartório de Nobreza, Livro VL, fls.28).
Antiga casa do Barão de São Gonçalo ( Fazenda Colubandê)
Fazenda do Engenho Novo do Retiro (SG)
A Fazenda Engenho Novo era uma das pousadas preferidas da família Imperial, no Segundo Reinado. Ficou famoso o baile que foi dado ali em 07/04/1870, com a presença de toda a família Imperial. Na cave da casa grande foi escondido Gonçalves Ledo, quando teve sua prisão decretada por José Bonifácio no 1° Reinado. A fazenda foi desapropriada pelo governo estadual no ano de 1993 e tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural ( Inepac) em 1998. O tombamento inclui o sitio histórico e o conjunto arquitetônico e paisagistíco da sede antiga, com características arquitetônicas das casas rurais do séc. XVII e XVIII sendo esta fazenda uma das mais antigas de São Gonçalo. Lamentavelmente entregue à própria sorte, a fazenda foi invadida e saquiada nos ultimos anos, os velhos rapinadores de bens movéis, reliquias históricas perdidas pela inércia do poder público. É notório lembrarmos, quem conheceu a fazenda antes do tombamento que existia sobre o pórtico da entrada principal, o brasão dos ancestrais de Belarmino Ricardo de Siqueira ( Barão de São Gonçalo). Em breve só teremos as ruínas desta velha e importantíssima sede de Fazenda, a memória viva da história de São Gonçalo.
Fonte: Páginas de História Fluminense. -- (Pgs: 53,54,201,202)
Autora: Thalita de O. Casadei.
Assinar:
Postagens (Atom)